Não há qualquer exagero em afirmar
que o pioneirismo da professora Celina Guimarães em Mossoró, com a conquista do
direito de votar, marcou a luta das mulheres pelo direito de exercer a sua
cidadania. Celina, inclusive, tão logo recebeu o registro eleitoral, fez um
apelo ao presidente do Senado Federal para que todas as mulheres tivessem o
mesmo direito.
No telegrama enviado, lia-se: “Pelo
nome mulher brasileira seja aprovado projeto institui voto feminino amparando
seus direitos políticos reconhecidos Constituição Federal – Saudações Celina
Guimarães Viana – professora da Escola Normal Mossoró.”
A luta das mulheres, entendia Celina,
era de todos, inclusive, tinha no companheiro professor Elyseu Viana o maior
incentivador, com quem dividia as vitórias. Fez isso publicamente ao transferir
para o esposo o feito do seu registro eleitoral:
“Eu não fiz nada! Tudo foi obra de
meu marido, que empolgou-se na campanha de participação da mulher na política
brasileira e, para ser coerente, começou com a dele, levando meu nome de
roldão. Jamais pude pensar que, assinando aquela inscrição eleitoral, o meu
nome entraria para a história. E aí estão os livros e os jornais exaltando a minha
atitude. O livro de João Batista Cascudo Rodrigues - A Mulher Brasileira -
Direitos Políticos e Civis - colocou-me nas alturas. Até o cartório de Mossoró,
onde me alistei, botou uma placa rememorando o acontecimento. Sou grata a tudo
isso que devo exclusivamente ao meu saudoso marido.”
Após o despacho do juiz eleitoral
Israel Ferreira Nunes, lhe concedendo o direito de votar, Celina Guimarães
passou a conscientizar as mulheres sobre a importância do voto. Elaborou um
texto, imprimiu-o em forma de panfleto e distribuiu junto às mulheres,
solicitando a todas que fossem votar. No material, Celina reiterava que tal
ação contribuía para o progresso de Mossoró.
FONTE - JORNAL DE FATO
Nenhum comentário:
Postar um comentário